tag:blogger.com,1999:blog-1235600652256298795.post580627782114239382..comments2011-05-25T21:14:37.557-07:00Comments on Teses Cristãs Filosoficas: Hero e LeandroAcalantohttp://www.blogger.com/profile/12086719444998826616noreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-1235600652256298795.post-58231574842147043002011-05-25T21:14:37.557-07:002011-05-25T21:14:37.557-07:00andro era um jovem de Ábidos, cidade situada na ma...andro era um jovem de Ábidos, cidade situada na margem asiática do estreito que separa a Ásia da Europa. Na margem oposta do estreito, na cidade de Sestos, vivia a donzela Hero, sacerdotisa de Vênus. Leandro a amava e costuma atravessar o estreito a nado, todas as noites, para gozar a companhia da amante, guiado por uma tocha, que ela acendia na torre, para esse fim.<br /><br /> Mas, numa noite de tempestade, em que o mar se achava muito agitado, o jovem perdeu as forças, e afogou-se. As ondas levaram o corpo à margem européia, onde Hero tomou conhecimento de sua morte e, desesperada, atirou-se da torre ao mar e pereceu.<br /><br /> A história de Leandro atravessando o Helesponto a nado era tida como lendária e considerada impossível, até Lord Byron provar sua possibilidade, realizando a façanha ele próprio. Na "Noiva de Ábidos", diz ele:<br /><br /> Estes membros que as ondas carregaram<br /><br /> A distância na parte mais estreita do Helesponto é de quase uma milha (1.609 m) e há uma corrente constante, no sentido do Mar de Mármara para o Arquipélago. Depois de Byron, a travessia tem sido realizada por outros. De qualquer maneira, porém, trata-se de uma proeza notável, capaz de assegurar fama àquele que a consiga realizar.<br /><br /> No começo do segundo canto do mesmo poema, Byron assim alude à<br /> lenda:<br /><br /> Sopram fortes os ventos no Helesponto,<br /> Como naquela noite tempestuosa<br /> Em que o próprio Amor que o enviara<br /> De salvar descuidou-se o bravo jovem,<br /> o belo jovem, única esperança<br /> de Hero, filha de Sesto. Solitária,<br /> na alta torre a fogueira crepitava,<br /> Desafiando o furacão e as ondas.<br /> As marítimas aves, crocitando,<br /> Pareciam gritar-lhe que não fosse<br /> E a cor escura das pesadas nuvens<br /> Era outro núncio do perigo extremo.<br /> Nada, porém, ele escutava ou via<br /> Senão a luz do amor,a luz da estrela<br /> Que, nas trevas, brilhava, solitária,<br /> E a voz de Hero, a voz do amor, nas trevas,<br /> Abafando o fragor da tempestade.<br /><br /><br /><br /> Thomas Bulfinch em O LIVRO DE OURO DA MITOLOGIA, Ediouro, 2000.<br /><br /> adaptado por<br /><br /> Moacir Índio da Costa Júnior<br /><br /> 2003Acalantohttps://www.blogger.com/profile/12086719444998826616noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1235600652256298795.post-80137454097349609922011-05-25T20:03:57.009-07:002011-05-25T20:03:57.009-07:00andro era um jovem de Ábidos, cidade situada na ma...andro era um jovem de Ábidos, cidade situada na margem asiática do estreito que separa a Ásia da Europa. Na margem oposta do estreito, na cidade de Sestos, vivia a donzela Hero, sacerdotisa de Vênus. Leandro a amava e costuma atravessar o estreito a nado, todas as noites, para gozar a companhia da amante, guiado por uma tocha, que ela acendia na torre, para esse fim.<br /><br /> Mas, numa noite de tempestade, em que o mar se achava muito agitado, o jovem perdeu as forças, e afogou-se. As ondas levaram o corpo à margem européia, onde Hero tomou conhecimento de sua morte e, desesperada, atirou-se da torre ao mar e pereceu.<br /><br /> A história de Leandro atravessando o Helesponto a nado era tida como lendária e considerada impossível, até Lord Byron provar sua possibilidade, realizando a façanha ele próprio. Na "Noiva de Ábidos", diz ele:<br /><br /> Estes membros que as ondas carregaram<br /><br /> A distância na parte mais estreita do Helesponto é de quase uma milha (1.609 m) e há uma corrente constante, no sentido do Mar de Mármara para o Arquipélago. Depois de Byron, a travessia tem sido realizada por outros. De qualquer maneira, porém, trata-se de uma proeza notável, capaz de assegurar fama àquele que a consiga realizar.<br /><br /> No começo do segundo canto do mesmo poema, Byron assim alude à<br /> lenda:<br /><br /> Sopram fortes os ventos no Helesponto,<br /> Como naquela noite tempestuosa<br /> Em que o próprio Amor que o enviara<br /> De salvar descuidou-se o bravo jovem,<br /> o belo jovem, única esperança<br /> de Hero, filha de Sesto. Solitária,<br /> na alta torre a fogueira crepitava,<br /> Desafiando o furacão e as ondas.<br /> As marítimas aves, crocitando,<br /> Pareciam gritar-lhe que não fosse<br /> E a cor escura das pesadas nuvens<br /> Era outro núncio do perigo extremo.<br /> Nada, porém, ele escutava ou via<br /> Senão a luz do amor,a luz da estrela<br /> Que, nas trevas, brilhava, solitária,<br /> E a voz de Hero, a voz do amor, nas trevas,<br /> Abafando o fragor da tempestade.<br /><br /><br /><br /> Thomas Bulfinch em O LIVRO DE OURO DA MITOLOGIA, Ediouro, 2000.<br /><br /> adaptado por<br /><br /> Moacir Índio da Costa Júnior<br /><br /> 2003Acalantohttps://www.blogger.com/profile/12086719444998826616noreply@blogger.com